Gaúcha, formada em Artes Visuais e Bacharel em Design Gráfico pela Universidade Federal de Pelotas em 2011/2, trabalhou durante anos na área publicitária antes de se voltar totalmente à arte, em 2016. Atualmente reside no Rio de Janeiro, onde tem se dedicado a explorar diferentes técnicas buscando representar as complexidades e sutilezas humanas. Integra o acervo de galerias em São Paulo, Brasília e Porto Alegre Imaginar histórias para desconhecidos à minha volta, me perguntar sobre quais experiências, vivências e memórias constroem a personalidade de alguém e a sua forma de ver e lidar com o mundo são ideias recorrentes na minha vida e foi na arte que encontrei uma forma de extrapolá-las para o meu mundo físico.

Observar que as experiências vividas ao acaso moldam as pessoas que somos tanto quanto as nossas escolhas conscientes me trouxe, de forma muito natural, à ideia de impermanência, interferência e memória. Somos, afinal, uma realidade em constante mudança, uma infinita sobreposição de existências, momentos e ideias. Abraçamos um novo eu a cada segundo, abandonando o anterior e, assim, construímos a todo instante uma versão mais complexa e completa de nós mesmos. Permitir que a experimentação tenha um grande papel em meu trabalho é uma forma de transpor estas reflexões para minha prática artística. Fluxos de tinta e água, marcas em grafite, as texturas dos pasteis, rasgos, raspagens e sobreposições criam camadas que tornam cada obra uma conversa entre intenção e acaso, até que - tal qual na vida real - não seja mais possível diferenciar ação e reação.